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Dos lençóis molhados por nossos fluídos ao travesseiro que sufoca gritos e gemidos, cada pedaço dessa cama tem uma história pra contar. Cada mola desse colchão esconde uma poesia, amor. Uma poesia secreta que se revela a cada movimentação nossa. Meu cheiro impregnado e misturado com teu gosto, não importando quantas lavagens depois. Acho que se nosso amor tem uma essência ela se encontra aqui como alma penada, quase viva por entre edredons e dedos, pernas e braços entrelaçados. Noites bem e mal dormidas, essa cama já viu e ouviu de tudo. De tapas de dor a prazer, de cuspes a mordidas, de declarações a xingamentos e tanta, tanta baixaria. Essa tua, nossa, cama é arte. Devia ser emoldurada e exposta, tombada como patrimônio nacional. Essa cama é literatura pura, literatura puta. Eu, literalmente tua, vestida ou nua. Crua e feita sob medida pra todos os nossos sonhos que ali descansam.

A literatura da tua cama   (via aconselhavel)